
Década de 60
O nosso acervo traz registros que resgatam a rica e gloriosa história do Carnaval de Rua Piracicabano, o qual tem suas origens nos festejos Carnavalescos que aconteceram nos idos de 1960. Ocasião em que eram organizados pela Administração Pública em parceria com diversos veículos de imprensa os tradicionais e populares desfiles dos Cordões Carnavalescos.
Os Cordões Carnavalescos da época eram formados por grupos de pouco mais de uma centena de animados foliões que iniciavam as suas apresentações com a exibição dos Porta-estandartes que conduziam com galhardia e com muito orgulho o Símbolo máximo da Agremiação, sempre saudando o público e pedindo passagem.
Seguidos de Reis, Rainhas e Princesas, que compunham a corte real, contavam também os cortejos, com as tradicionalíssimas baianas, senhoras vestidas com seu vestido rodados cheio de babados, tabuleiro e torço.
Os foliões entoavam numa só voz sambas de composição autoral que fazia alusão ao tema escolhido para o desfile, sempre embalado pelas afinadas e cadenciadas batucadas que eram proporcionadas pelas irretocáveis baterias, as quais eram compostas por algumas dezenas de batuqueiros comandados com maestria pelos seus ‘mestre do apito’, e que, as quais traziam a sua frente as esplendorosas cabrochas, pastorinhas, balizas e passistas que junto de outros baluartes esbanjavam beleza e harmonia, enquanto exibiam todos os seus exuberantes requebrados, apresentando o verdadeiro samba no pé
Naquela época, não havia nada de esplendoroso ou luxuoso nas apresentações, as fantasias e alegorias eram de confecção simples e modestas, os carros alegóricos eram quase sempre tracionados por tratores, feitos este que não afetava de maneira alguma no brilhantismo ou até mesmo na grandiosidade dos desfiles. Pois, se de um lado não havia luxo, de outro, sobrava animação e criatividade. Uma vez que, esses eram alguns dos pontos alto dos desfiles, que proporcionavam momentos inesquecíveis de descontração e alegria, e que, contagiava tanto os foliões, bem como a população Piracicabana que comparecia massivamente para prestigiar os cortejos, ocupando totalmente as duas calçadas laterais por onde aconteciam os desfiles.
Os Cordões desfilavam pelas Ruas Governador Pedro de Toledo, virava a Rua Prudente de Moraes, passando em frente da Rádio Difusora até chegar defronte da Igreja Catedral, onde encontrava-se montado o “Palanque oficial”, local que acontecia a apoteose dos foliões para que a Comissão Julgadora pudesse avaliar as evoluções e definir qual Cordão Carnavalesco seria o vencedor.
As disputas eram acirradíssimas, e os foliões extravasavam toda a sua alegria e empolgação, desfilando sempre com muita garra e determinação para defender o nome de sua agremiação. Com o propósito de criar um clima propício, a administração municipal realizava uma ambientação de espaço por meio de uma sugestiva decoração de carnaval, que era montada por todo percurso do desfile, em especial no “Palanque oficial”.
Uma peculiaridade dos desfiles ocorridos em 1967, é que eles fizeram parte da programação de comemoração do “Bicentenário de fundação” da cidade.